INTRODUÇÃO
Denomina-se estomia a exteriorização de víscera oca do organismo, mediante um procedimento cirúrgico, a fim de desviar as eliminações, para tratar patologias do aparelho gastrointestinal, respiratório ou urinário, em decorrência de do enças inflamatórias, anomalias congénitas, aos traumatismos e, principalmente, às neoplasias1.
A nomeação da estomia varia de acordo com o segmento corporal afetado. As estomias intestinais são as jejunostomias, ileostomias e colos-tomias, se forem confeccionadas no jejuno, íleo e cólon, respectivamente. As ileostomias e colos-tomias são consideradas estomias intestinais de eliminação (EIE), por desviarem o trânsito fecal para o meio externo. Estas por sua vez, são classificadas quanto ao tempo de permanência, como definitivas ou temporárias2. Suas características físicas variam quanto ao tipo, localização, tamanho, forma, superfície, contorno e protusão, que podem variar de acordo com a técnica cirúrgica utilizada, o segmento exteriorizado, a causa básica e o tempo de permanência3.
Com base nessa vertente, estudos abrangendo pacientes com EIE são extremamente importantes, pois o número de estomizados aumenta continuamente. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, estima-se 15.070 casos novos de câncer de cólon e reto em homens e 17.530 mulheres. Mundialmente, uma em cada 10 mil pessoas é estomizada. Evidencia-se que o quantitativo de pessoas estomizadas no Brasil corresponde a 33.864, no entanto, faz-se necessário ressaltar que este número é ainda maior, devido a existência de subnotificações4. No Brasil, 1,4 milhões de pessoas fazem uso de equipamento coletor em decorrência de EIE e urinárias5.
Os dados aumentam, em decorrência, principalmente, do incremento do número de casos de câncer colorretal. Estima-se, para o Brasil, biênio 2018-2019, a ocorrência de 600 mil casos novos de câncer, para cada ano. Excetuando-se o câncer de pele não melanoma (cerca de 170 mil casos novos), ocorrerão 420 mil casos novos de câncer, aponta-se a ocorrência de 640 mil casos novos. Essas estimativas refletem o perfil de um país que possui os cânceres de próstata, pulmão, mama feminina e cólon e reto entre os mais incidentes, entretanto ainda apresenta altas taxas para os cânceres do colo do útero, estômago e esôfago6. Nestes casos dos canceres do cólon e reto, as EIE são confeccionados ainda como medida paliativa para prorrogação da vida dos indivíduos e das causas externas, como traumas e violências, estão presentes, principalmente na população jovem2-5.
A confecção de uma EIE pode acarretar diversas complicações físicas e emocionais na vida do indivíduo estomizado. Uma estomia, como parte de cura para um câncer, traz mudanças nos hábitos de vida, alterações fisiológicas e psicológicas para o paciente e família e pode significar muito na vida do paciente e da família7. Ao se deparar com o estoma, o paciente passa a lidar com esta nova realidade quando são suscitados vários sentimentos, reações e comportamentos, diferentes e individuais. Assim, a presença de um estoma pode resultar em uma depressão psico lógica, contribuindo para uma diminuição ou deteriorização da sua qualidade de vida, pois o estomizado tende a se sentir estigmatizado, por julgar-se diferente, ou seja, por não apresentar as características e os atributos considerados nor mais pela sociedade8.
Nesse sentindo, é importante o papel do enfermeiro no pós-operatório (PO) mediato para fornecer apoio emocional ao paciente, estar atento à integridade cutânea, ensinar o paciente a trocar corretamente os dispositivos, identificar se as necessidades hídricas e nutricionais estão sendo sanadas e ficar atento a sinais de complicações.
Sendo assim, sentiu-se a necessidade de aprofundar mais nesta área, com o foco voltado para o perfil sociodemográfico e clinico de pacientes em PO mediato de confecção de EIE. A caracterização desses pacientes, visam um melhor atendimento, em todos os níveis de complexidade, promovendo principalmente o papel e o com promisso do enfermeiro na busca de um melhor atendimento e a possibilidade da realização de intervenções mais eficazes.
Assim, este estudo tem como objetivo analisar o perfil sociodemográfico e clínico de pacientes em PO mediato de confecção de EIE.
MATERIAL E METODO
Tipo de estudo: Trata-se de um estudo com abordagem quantitativa, descritivo e transversal.
Local de estudo e unidade de análise: O estudo desenvolveu-se em um Hospital filantrópico situado em Teresina, capital do estado do Piauí, Brasil, que é um serviço de referência em alta complexidade na saúde, com ênfase em oncolo gia, ensino e pesquisa. Dispõe de cerca de 380 leitos, sendo a clínica cirúrgica do referido hospital composta de 130 leitos, e com 142 profissionais disponíveis para a mesma, sendo 14 enfermeiros e 128 técnicos de enfermagem. A população do estudo compôs-se de todos os pacientes admitidos nas clínicas cirúrgicas do hospital e que se encontravam em PO mediato de confecção de EIE, no período da coleta de dados que ocorreu nos meses de agosto a outubro de 2015.
Muestra: A amostragem do tipo não-probabilística por conveniência, foi formada por 56 pacientes, que atendiam aos critérios de inclusão pré-estabelecidos: idade superior a 18 anos, estar em PO mediato de confecção de EIE ou que estivesse internado para tratamento de complicações relacionadas à EIE. Foram excluídos da amostra crianças e pacientes com outras estomias, que não fossem intestinais de eliminação.
Coleta de dados: Inicialmente foi aplicado um questionário contendo variáveis sociodemográficas e clínicas, bem como antecedentes pessoais e familiares, hábitos de vida, caracterizando a fase da anamnese do histórico de enfermagem. Em seguida, realizou-se o exame físico crânio-caudal, seguindo as técnicas semiológicas de inspeção, palpação, percussão e ausculta9, com ênfase na avaliação do abdome e da EIE.
Processamento e análise. Os dados obtidos foram armazenados em um banco eletrônico criado no programa Excel 2010 (Windows 7) e posteriormente por meio de estatística descritiva (frequência absoluta, frequência percentual e média) foram analisados com meio do Statistical Package for the Social Sciences- SPSS (versão 17.0). Para verificar normalidade das variáveis, utilizou-se o teste de Kolmogorov-Smirnov.
Salvaguardas éticas: Atendendo aos aspectos éticos que regem as pesquisas que envolvem seres humanos, preconizadas pela Resolução n° 466/12 do Conselho Nacional de Saúde10, foi elaborado um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), com o intuito de preservar a privacidade e confidencialidade dos participantes. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Paulista-UNIP e aprovado com o número do Protocolo: 45430515.0.0000.5512.
RESULTADOS
Perfil Sociodemográfico dos pacientes em pós-operatório de confecção de EIE (Tabela 1). A amostra deste estudo foi constituída por 67,9% pacientes do sexo feminino. A faixa etária predominante foi a de 50 a 69 anos (41,1%). Em relação à procedência, 62,5% eram do interior do Piauí e 69,6% residiam na capital de Teresina-PI, zona urbana. A maioria era de cor parda (53,6%) e da religião católica (78,6%). Observou-se que 33,9% possuíam outros tipos de profissões (professores, comerciantes, enfermeiros, nutricionista) e 67,9% afirmou ter renda mensal de até um salário mínimo e que a maioria (73,3%) estudou até o ensino fundamental incompleto (37,5%).
Perfil Clínico dos pacientes com estomas intestinais (Gráfico 1). No grupo investigado ob-servou-se que do total pacientes, 42,9% tinham como diagnóstico médico a Neoplasia do reto. No tocante ao tipo de EIE, percebeu-se o predomínio de 85,7% de colostomias e no que diz respeito ao tipo de cirurgia realizada, 76,8% foram eletivas, sendo importante ressaltar que do total da amostra, 57,1% não foram demarcadas previamente (Tabela 2). Identificou-se, ainda, a presença de comorbidades em 67,8% dos esto-mizados, entre as quais se destacou vários outros tipos citados (33,9%). Quanto aos antecedentes familiares, 41,1% relataram algum caso de câncer na família (Tabela 3). Outra variável avaliada foi equipamento coletor utilizado. Para tal, consideraram-se o tipo de dispositivo em uso e a área para fixação do dispositivo. A maioria dos pacientes fazia uso do equipamento de uma peça (51,8%). Em relação à fixação do equipamento, 87,5% relataram ter uma boa adesão do dispositivo à pele e que também ainda 89,3% possuiam uma EIE funcionante (Tabela 4). No que se refere às queixas relativas ao procedimento de confecção de EIE mais comuns, a cólica intestinal (66,1%) predomina (Tabela 5).
Tabela 2 Distribuição dos estomizados segundo o tipo de ostomia tipo de cirurgia e demarcação do estoma (n=56). Teresina-PI, 2015.

Tabela 3 Distribuição dos estomizados segundo a presença de comorbidades e antecedentes familiares (n=56). Teresina-PI, 2015.

Tabela 4 Distribuição dos estomizados segundo o tipo de dispositivo em uso, fixação do equipamento coletor e funcionalidade do EIE (n=56). Teresina-PI, 2015.

DISCUSSÃO
Com respeito ao perfil sociodemográfico dos pacientes em pós-operatório de confecção de EIE, houve predominância dos entrevistados do sexo feminino. Corroborando com este achado, as Estatísticas do INCA revelam uma incidência de 3.330 casos novos de câncer em mulheres, contra 2.830 casos em homens em 2012 no Piauí. Este padrão de incidência superior feminina se repete na região Nordeste e no Brasil consolidado11,12. O predomínio de mulheres pode estar relacionado às características da doença de base, uma vez que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) informou que no período de 1995 a 199912 o câncer de colón e reto se constituiu como a quarta causa de morte entre mulheres por câncer no país, sendo superposto apenas para os cânceres de mama, pulmões e estomago3.
Contrariando os dados encontrados neste presente estudo, observou-se em estimativas mundial no ano de 2012, que o câncer de colo e reto são o terceiro tipo de câncer que mais acometeu homens, com 746 mil novos casos (10% do total dos cânceres), e nas mulheres como o segundo, com 614 mil novos casos (9,2% do total dos cânceres), de acordo com o Instituto nacional do câncer (INCA), e 55% dos casos são procedentes de países com alto índice de desenvolvimento socioeconómico6,13. Dados obtidos da Organização Mundial de Saúde (OMS), trazem estimativas mundiais para 2030, cerca de 21,4 milhões de casos novos de câncer e 13,2 milhões de mortes por câncer, em consequência do crescimento e do envelhecimento da população14.
Estudos apontam que a faixa etária mais aco metida para a realização de procedimentos cirúrgicos que geram EIE é a de 58 a 78 anos, pois constitui fator de risco para o aparecimento de neoplasias e outras doenças crónicas que resultam em confecção de estomias15. Avaliando as faixas etárias mais atingidas observou-se o predomínio no intervalo de 50 a 69 anos, correspondendo a quase metade dos entrevistados. Contudo é visível que o aumento da incidência de estomias a partir dos 50 anos, mais com seu predomínio após os 70 anos. Dados de um outro estudo mostram estimativas para os próximos quatorze anos, que as pessoas com 65 anos ou mais representarão 70% do total de indivíduos diagnosticados com câncer4,14.
Vale ressaltar o precário nível socioeconómico dos participantes do estudo verificado pela baixa renda, o que pode acarretar dificuldades em adquirir os dispositivos necessários ao autocuidado16. No que se refere às profissões dos entrevistados, a maioria dos pacientes pertence à classe popular, caracterizada por trabalhadores que vivem em condições financeiras precárias, decorrentes da baixa escolaridade e por consequência, com acesso limitado aos serviços públicos, como educação e saúde3.
O baixo nível de escolaridade apresentado pelos participantes pode refletir no déficit de conhecimento sobre as medidas preventivas do câncer e as complicações das EIE, o que se torna importante às ações de educação em saúde implementadas pela equipe multiprofissional, discutindo sobre a necessidade de hábitos saudáveis de vida15. O uso de técnicas de educação em saúde que adotem linguagens alternativas, para o público carente, é fundamental para transformar ao paciente em um sujeito ativo do seu processo de cura17.
A causa desses índices baixos de nível educacional entre os estomizados relaciona-se à ainda à deficiência de conhecimentos sobre a necessidade de realizar exames de rotina para detecção precoce e prevenção do câncer, denotando a importância da atuação da equipe de saúde na educação da população18.
Com respeito ao perfil clínico dos pacientes com EIE, conhecer as causas básicas que motivaram as cirurgias e especificidades relacionadas às EIE são aspectos importantes a considerar no planejamento da assistência de enfermagem, principalmente no que concerne ao autocuida-do. Assim, entre as causas para confecção das EIE predominaram as neoplasias do reto e sigmóide.
No Brasil ainda são poucos os estudos quantitativos sobre o perfil clínico de pessoas com EIE. No Piauí, a realidade não é diferente, pois foram localizadas no estado apenas duas publicações relacionadas ao perfil de pessoas com estomas de eliminação intestinal, todos se restringem àqueles submetidos a internação hospitalar19,20.
Os resultados da pesquisa revelam que o perfil clínico dos estomizados corrobora com os achados obtidos em outros estudos relacionados ao tema, em que tem demonstrado predominância das neoplasias malignas, principalmente o câncer colorretal, como principal diagnóstico médico com necessidade de intervenção cirúrgica com confecção de estoma intestinal de eliminação21. O câncer do cólon e reto é o segundo tipo de câncer mais prevalente no mundo, ocupando o terceiro lugar em termos de incidência, sendo mais elevada nos países em desenvolvimento11.
No que tange aos dados sobre o perfil demográfico e clínico ou de informações de associações tais como a Associação Brasileira de Ostomizados (ABRASO), International Ostomy Association (IOA) e United Ostomy Association (UOA), ao nível mundial e norte-americano (EUA e Canadá), apontam que as causas oncológicas ainda predominam na determinação de EIE, entretanto, ainda consideram-se importantes as causas inflamatórias, traumáticas e congênitas22.
Estudos apontam que entres as principais causas de confecção de EIE, o câncer colorretal e os traumas, abrange parcelas sociais cada vez maiores e mais jovens, sem contar que os estomas são confeccionados como medida paliativa para prorrogação da vida dos indivíduos. Acrescentando ainda a esses dados, uma outra pesquisa evidencia que a esse procedimento se atribui diversas causas, e entre as mais frequentes estão os traumas, doenças congénitas, doenças inflamatórias, tumores e câncer de intestino e bexiga23,24.
Além do câncer, entre as outras causas estão as inflamatórias, congénitas, traumáticas e iatrogenias. De acordo com a diversidade de idades dos estomizados participantes deste estudo, que inclui indivíduos adultos e idosos, podemos correlacionar tal fato com causas apontadas para confecção da EIE. Entre os adultos evidencia-se maior frequência de doenças inflamatórias intestinais, tais como a doença de Crohn e retocolite ulcerativa. Quanto aos idosos, verifica-se a predominância de quadros clínicos obstrutivos relacionados ao câncer colorretal e doença inflamatória intestinal como diverticulite25.
Neste estudo observou-se que a maioria dos pacientes tinham colostomia em relação à ileos-tomia, corroborando com a maioria dos estudos de caracterização clínica de pacientes com EIE26,27. No decorrer dos meses de janeiro a março de 2012, várias instituições de saúde brasileiras realizaram cerca de nove mil cirurgias reparadoras do aparelho digestivo, destas, um terço resultou na realização de uma EIE (colostomia ou ileosto-mia), e parte dos pacientes foi submetido ao procedimento cirúrgico que se fez necessário o uso de equipamento coletor de efluentes28.
É relevante afirmar que a amostra deste trabalho foi composta basicamente por cirurgias eletivas. As cirurgias eletivas possuem um grande diferencial em relação às emergenciais, pelo fato de se ter um tempo para planejar a incisão cirúrgica, seguindo passos que são de grande importância para paciente no que diz respeito ao processo saúde-doença. Dentro desse processo, pode-se citar a importância do empoderamento do paciente em relação à cirurgia em si e também a técnica de demarcação da EIE no período pré-operatório, do qual se evita muitas complicações em PO29.
O conhecimento e a preparação sobre o estoma, previo do procedimento, dos pacientes com cirurgias eletivas, favorecem uma melhor adaptação ao estoma, em comparação àqueles cujo estoma é resultado de um trauma abdominal, já que neste último o caráter emergencial da cirurgia, apenas permite conhecer o que é o estoma e seu procedimento, após a cirurgia realizada30.
A demarcação da EIE no pré-operatório foi insuficiente neste estudo. Esses achados corrobo ram com estudo que observou que 60% dos estomizados referiram não terem sido demarcados anteriormente à cirurgia31. A demarcação do estoma constitui um procedimento fundamental a ser realizado no pré-operatório pelo enfermeiro estomaterapeuta, engajado no cuidado ao estomizado intestinal. É uma prática importante no processo de reabilitação e reflete diretamente na qualidade de vida do paciente, após a cirurgia. A demarcação deverá ser feita em uma área da pele sem irregularidades, para favorecer a fixação do equipamento coletor, considerando a mobilidade, conforto, tipo físico, configuração do abdómen, capacidades motoras e atividades diárias do paciente. Este é um procedimento crítico a ser realizado no pré-operatório, destacando-se como um dos aspectos mais importantes do processo de reabilitação do estomizado29.
Com relação às comorbidades e antecedentes familiares dos participantes deste estudo, evidenciou-se que grande parcela dos entrevistados apresentou algum tipo de comorbidade, a hipertensão arterial sistêmica e diabetes. Os dados corroboram com outro estudo que retrata que nos últimos anos as mudanças na sociedade advindas do declínio da taxa de natalidade, da urbanização e maior longevidade populacional, são decorrentes do aumento das doenças crónicas não transmissíveis (DCNT)19.
Em relação ao tipo de equipamento coletor utilizado, o estudo mostrou que a maioria dos estomizados fazia uso do equipamento de uma peça. Estes achados confirmam o que traz a literatura, em que a maioria dos estomizados faz uso de dispositivos de uma peça, apesar de os dispositivos de duas peças serem os mais indicados, uma vez que favorecem a higienização e facilitam o manuseio. A importância de haver uma variedade de equipamentos disponíveis aos pacientes detona um favorecimento da sua adaptação e incorporação à sua nova situação de vida e a reinserção social mais rapidamente, além de facilidade de manuseio e conforto30.
É relevante afirmar que os participantes deste estudo apresentaram diversas manifestações clínicas, que os levaram ao diagnóstico da doença de base. Entre as principais queixas elencadas estavam a cólica intestinal, constipação e melena. Como principais manifestações clínicas do diagnóstico do câncer colorretal estão alterações no hábito intestinal, como a mudança na frequência de evacuação, calibre das fezes, presença de sangue nas fezes, anemia, dor abdominal e flatulência. No câncer de reto há, geralmente, queixa de tenesmo, dor retal ou sangramento anal31.
CONCLUSÃO
O perfil sociodemográfico dos pacientes em pós-operatório de confecção de EIE es: em sua maioria, do sexo feminino, de cor parda, de 50 a 69 anos, de religião católica, da área urbana, com renda mensal de até um salário mínimo e que estuda até o ensino fundamental incompleto.
O perfil clínico dos pacientes com estomas intestinais es: em sua maioria, tem Neoplasia do reto, com colostomia eletiva, que não foi demarcada previamente, com presença de comorbidades e antecedentes de câncer na família.
Respeito ao equipamento coletor utilizado, a maioria faz uso do equipamento de uma peça, com uma boa adesão do dispositivo à pele e que tem uma EIE funcionante. A cólica intestinal é a queixa relativas ao procedimento de confecção de EIE mais comum.
Neste contexto, a assistência de enfermagem aos pacientes estomizados exige uma participação ativa do profissional enfermeiro, principalmente no processo de reabilitação e ressocialização, com abordagem individualizada voltadas às dificuldades e necessidades e ao perfil socio-demográfico, considerando as diversos níveis de cognição.
Entre as limitações deste estudo, pode-se destacar a dificuldade de feedback por boa parcela dos pacientes, que demonstravam insegurança e dificuldade em falar sobre determinados assuntos, por constrangimento com a nova condição de saúde.
Para tanto, sugere-se estudos nesta área, com uma abordagem qualitativa, que desvelem a na tureza subjetiva desses pacientes e suas necessidades reais para que a assistência de enfermagem possa ser mais diretiva e eficaz para a clientela.